22.11.06

zanga


O que mais me irrita nas reportagens policiais e políticas é o tempo do verbo empregado. “A comissão irá analisar o caso”. “A polícia vai investigar a denúncia”. Mesmo se tudo for óbvio e conclusivo. Teve gente que só resolveu "bombas" após retornar da Europa. Suíça? As votações ficam... tramitando... O povo fica horas... dias... anos... ... aguardando um legítimo serviço público. O atraso na prática.

Sinto uma dor forte no peito quando vejo a velha natureza sendo destruída, desperdiçada. Esgotos e lixo jogados nas águas dos rios e mares. Gente convivendo com esgoto. Resgatando alimento nos lixões. Jogando lixo nas ruas. Lavando carro e calçada com água potável (tratada). O tráfico de animais selvagens... Briga de galos (rinha). Touradas e rodeios. Fumaça preta dos carros e caminhões, barulho excessivo, faixas de murim horrorosas poluindo nossa paisagem urbana.

O abuso do poder. “Fulano agride gravemente beltrano”. Se fulano for um pobre coitado, vai preso (e que cárceres nós temos... ou hotéis para quem pode pagar as despesas). E se fulano for rico, político ou policial... a perícia é mais cautelosa, as informações chegam desencontrada e lentamente, em doses homeopáticas até cair no esquecimento popular. É também cheia de habeas corpus, e se fala no máximo em exoneração, afastamento e nunca das prisões para os criminosos poderosos. Tão pouco a devolução de todo gasto impróprio (com dinheiro dos outros), mesmo que suas propriedades, incluindo empresas e instituições, paguem com folga o roubo ao nosso bolso. Vai do rico, do policial, do político ao bandido, ao “torcedor” organizado, aos grupos organizados de extermínio e intolerância psicopatas. Pessoas se sentem no direito de fazer o que bem entender com os outros em uma escala de Bang Bang no imenso território nacional.

Resta-me ficar zangado com “tudo isso e muito mais”, já que a corda arrebenta no lado mais frágil (nesse caso todo o Brasil e Latin America). Faço parte da maioria aprisionada na inércia dos homens (provocada pela ganância nos direitos autorais, exclusividades, “ponta”, top...). O papo demagogo sobre educação de qualidade e realmente democrática, foi apenas dito durante todos os 500 anos do Eldorado e hoje já sentimos o resultado com tanta incompetência por toda parte e setores. Quer que eu cite a “crise aérea”? A crise ambiental, a falta de altruísmo das pessoas, a burocracia criada para a propina... No meio da confusão, “da terra de ninguém”, o profissional não se sente no direito de dar o seu melhor (ele só se preocupa com os seus superiores, provando assim sua incapacidade, ignorando seus subalternos). Os próximos anos podem ser ainda piores, já que as novas gerações, incluindo a minha, estão crescendo cada vez mais rápido, sem parâmetros básicos (Salmos), sem experiência literária (é bem diferente o exercício imaginativo que o cérebro faz diante um história contada ou lida do que diante de imagens já estabelecidas), sem visibilidade política, sem educação sexual... No meio da globalização. Uma “agulha no palheiro” ou uma “barata tonta”...
E quer coisa mais chata que os comerciais de eletrodomésticos?

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